Non sense no dia do Pai

Recebi cartões com poemas fofinhos no dia do pai, fiquei feliz.

Num deles, a minha filha dizia que queria voar comigo numa nuvem ao longo do arco íris, foi tão poético quanto brilhante.

Mas, num assomo de non sense, substituí nuvem por anão e depois por gnomo, para não ofender ninguém, que hoje em dia nunca se sabe, quando nos pode saltar um anão detrás de uma moita com uma faca de cozinha em punho e acertar-nos num joelho.

Então acrescentei que podíamos voar em cima de um gnomo a jacto, que soltava chamas pelo cu.

Em homenagem aos nomes que o meu avô dava às personagens, baptizámo-lo de gnomo caga fogo, um nome digno de um guia pelo arco-íris e que compete com qualquer avião de caça no Top Gun.

No seguimento deste devaneio e imaginando-nos em cima de um gnomo que soltava labaredas das nalgas, decidimos criar um nemesis, um arqui inimigo que complicasse a vida ao gnomo.

Como se fosse necessário para o desgraçado gnomo, que já era pequeno e tinha lume a sair do rabo.

Eis que surgiu o lobo três tetas. 

Mais uma homenagem ao meu avô, homem do campo, habituado a mutações genéticas bizarras em partos de animais da quinta.

Isso ou terá porventura visto o filme Desafio Total, onde surge uma lasciva concubina de três seios.

De algures lhe veio a inspiração divina para o nome três tetas, aproveitei a embalagem.

Faltava uma terceira personagem, um adjuvante da trama.

Uma menina indefesa, uma minhoca... Uma menina minhoca.

Uma minhoca com cabeça de menina.

Feito.

O gnomo caga fogo, o lobo três tetas e a menina minhoca.

Livros infantis sci-fi non sense. Todo um novo género literário. E uma educação de qualidade.

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