25 de Abril sempre... Pelo menos uma vez por ano

Por entre as ruínas do Carmo, o sol brilha intenso
Hoje comemoram-se 40 anos de uma revolução à qual não assisti...
Dizem que foi com cravos e com militares, não sei, não vi.
Trouxeram a Liberdade, como valor definitivo e finito, mas que carece de actualização permanente.

Multiplicam-se os festejos, evocando 4 décadas passadas, escusando-se ao presente.
Um presente que necessita urgentemente de actualização democrática...
Troquem as chaimites por pessoas, como trocaram a Pide pelo (con)fisco, os cravos pelos very lights encarnados do SLB, a liberdade por um emprego, o estado por uma dívida e a soberania pela Europa...

Troquem tudo e o que quiserem, mas não se esqueçam de festejar o que se passou há 40 anos, hoje que se faz tábua rasa da Constituição, que um mundo de direita clama pelos perigos da esquerda, onde nenhum dos dois (co)manda verdadeiramente, financiados há 4 décadas pelo imperialismo que hoje nos saqueia em sucessivas avaliações.

Festejem a Liberdade, mas não se esqueçam da prestação da casa, do carro, das férias...

Sejam livres, mas não ousem incomodar quem se acha no direito de restringir, pois se antes era necessária uma licença para utilizar um simples isqueiro, hoje para tudo é necessária uma licença.

Sejam Livres, em Democracia, mas não se manifestem e não façam greves, porque não é bom para a produtividade (dos mercados), votem bem e em consciência (nos ungidos pelas TV´s) a cada 4 anos e sejam livres de escolher os vossos carrascos.

Troquem a senha... O depois do adeus, por uma cançoneta do clã Carreira.
Troquem a liberdade de associação e reunião, pelo rock in rio e os festejos da vitória do campeonato no Marquês... Sejam livres!

40 anos depois, falta cumprir Abril... Pelo menos uma vez por ano.

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