Projecto Jardim dos Aromas
Instalações do laboratório biológico |
Depois de ter obtido composto de elevada qualidade, com uma base essencial de terriça de folhas, senti a necessidade de o testar.
E que melhor forma de o fazer, do que criar um jardim de aromáticas?
Uma experiência muito divertida (e salutar), que nos coloca em contacto directo com a natureza e os seus fenómenos.
O primeiro passo foi a limpeza do terreno e a queima de alguns troços de maior dimensão.
Um triturador é sem dúvida uma mais valia nos tempos de obtenção de composto, bem como na redução de volume, estes troços poderiam ser triturados para composto em alternativa à queima.
Mistura de composto com cinzas e construção das "raised beds", dado que o solo dísponivel tinha pouca profundidade e capacidade de drenagem.
Selecção de espécies, aromáticas, algumas existentes, flores, frutícolas, uma zona de sementeiras, uma zona de compostagem e testes de estruturas de cultivo eficiente com reciclagem de materiais (Pet, PVC, madeira de paletes, pedra, ferro fundido, são alguns exemplos).
É um projecto inspirador e ao mesmo tempo relaxante.
Neste momento, já está criada uma estufa para sementeiras e estão a nascer malaguetas, manjericos e manjericão, flores, estacas de lucia lima, estragão, um Ginko Biloba, muitos morangos e brevemente cerejas.
Tudo no mesmo espaço...
A cidreira, alfazema, poejo, hortelã comum, pimenta, laranja, chocolate e ribeira, a Salvia officinalis e a tricolor, o tomilho, o cebolinho, a arruda, a camomila, o hipericão, o loureiro, a salsa, os coentros, o aipo, o rosmaninho e o alecrim.
Couves, alfaces, cenouras...
Não são utilizados adubos ou químicos de qualquer espécie.
Os bioindicadores existentes no local, cigarras, grilos, pirilampos, pequenos aracnídeos, caracois (que aliado ao aparecimento de trevo em grandes quantidades possa significar fenómenos de nitrificação colmatados pelas duas espécies, uma vegetal e outra animal, no sentido de conferir equilibrio ao ciclo do azoto), pequenos répteis e várias espécies de aves, como melros, pombas, rôlas, gaios, pardais, andorinhas e milhafres, nas imediações existem ainda mamíferos de pequeno porte como coelhos e morcegos.
Os melros em particular são grandes consumidores de morangos, mas há abundância para todos.
A necessidade das flores visa atrair insectos polinizadores, que em muito favorece a polinização das espécies no local e a posterior frutificação ou proliferação.
O projecto jardim dos aromas está a crescer em dimensão, em espécies, em estruturas e em resultados que requerem aplicação práctica de continuidade e desenvolvimento de produto para novos produtos de valor acrescentado e base natural, numa perspectiva de produção integrada e diversificada com a vantagem clara que além de únicos, limitados e originais, são também de génese biológica.
Um projecto que requer dedicação, algum esforço (que rapidamente se tornará um prazer), mas que trará melhorias quer na alimentação, quer na saúde.
Recomendo a todos que tenham oportunidade de o fazer, a execução de um jardim com um projecto ao vosso gosto, em modo, "do it yourself".
Agora com a recém chegada Primavera, todos os dias há novidades, por isso trarei mais novas em breve acerca deste projecto.
Fiquem com alguns exemplares do Jardim dos Aromas.
Porra estava aqui a finalizar o meu elaborado comentário e de repente varreu-se-me tudo.
ResponderEliminarTenho escrever outra vez...
Olá amigo!
Também prefiro chamar os metros quadrados que observo atentamente de jardim, porque tudo o que lá cresce e floresce espontaneamente me encanta e me deixa curioso se lhe posso dar algum uso...
Como por exemplo as urtigas que "invadiram" um dos meus canteiros, indicadoras de um solo com elevado azoto, além do uso como chorume e medicinal, metidas numa panela fazem um belo esparragado, tal como as acelgas-bravias e serralhas que por lá prosperam.
Também pensei em investir num triturador, mas para usar 2 ou 3 vezes por ano preferi guardar os ramos e galhos todos e abrigá-los da chuva, para um posterior uso, uma das possibilidades é servir de combustível num "rocket stove" que ando a testar feito a partir de uma canalização antiga e larga de cerâmica.
Tenho tido muita preguiça em postar as minhas experiências no meu modesto retiro, sobretudo porque ultimamente só lá tenho ido para regar o viveiro, a chuva também têm ajudado para isso e para me afogar as favas, que para o ano vão ser plantadas em plano inclinado.
Também vou começar a registar a fauna que observo, sobretudo as aves, a ultima aparição que me deixou surpreendido foi um melro-azul.
Espero que na primavera e no verão germine no teu jardim muita alegria e satisfação.
Abraço!
Olá Licinio
ResponderEliminarA primavera chegou e a dinâmica do jardim mudou substancialmente, já há novidades que postarei em breve.
Uma nova instalação de morangos em PET e utilização de plantas e flores como depuração e estabilização de composto, com o auxílio das incansáveis minhocas vermelhas.
O rocket stove é excelente, sobretudo para lugares remotos sem acesso a gás, uma alternativa low cost de aquecimento central e água quente.
Também pensei em fazer um catálogo fotográfico das espécies animais, mas requer mais tempo e observação ;)
Um abraço
Muito bom! Só um pequeno reparo: os morcegos são mamíferos e não aves. Tudo a correr pelo melhor!
ResponderEliminarGrato pelo feedback
EliminarCorrigido :-)