Mais um flagrante tiro no pé da PSP
Uma "perigosíssima" activista do Movimento Sem Emprego, foi constituída arguida e acusada de desobediência civil, por entregar panfletos do Movimento Sem Emprego à porta do centro de (des)emprego...
Provavelmente queria se manter ocupada durante as longas horas de espera infrutífera que são os centros de emprego...
Diz a PSP, que eram 8 "perigosos meliantes" a convocar transeuntes para uma manifestação ilegal...
E que segundo a lei duas pessoas apenas bastam para fazer uma manifestação, desde que haja a consciência de explicitar uma ideia a terceiros!
Isso é que a PSP dá tiros no pé... Ai as liberdades, ai ai as liberdades!
Vamos fazer aqui um "suponhamos"
Eu vou numa qualquer catedral de consumo, acompanhado por alguém...
Quando de repente, sou abordado pela menina do citibank que me quer dar à força um cartão de crédito... A explicitar-me claramente a ideia de que é bom eu contrair crédito...
Será isto uma manifestação para a PSP?
Outro exemplo
Pergunto as horas a um casal de gays... (que topo imediatamente pelas roupas pretas, o pescoço inclinado e as mãos uma sobre a outra...Li isto num magazine de arquitectura!), eles informam-me da ideia explicita da hora... Vim a saber e andavam no Chiado a dar horas a toda a gente...
Será isto uma manifestação?
Mais um exemplo
Estou na tasca a beber uma mini, tasca cheia, tudo a ver o SLB, chega o Zé a meio da 1ª parte e pergunta:
"Quanto é que está o resultado?"
A tasca responde em coro, explicitando a ideia do resultado ao Zé...
"15 a zero para o SLB."
Manifestação aqui, só se for de alegria...
Foram buscar uma lei de 1974 para justificar isto... O injustificável!
Segundo o mesmo artigo incorre em desobediência, quem se encontrar armado...
Neste caso com poderosos e mortíferos panfletos, embora fossem em número muito inferior aos panfletos publicitários que procriam ferozmente na minha caixa do correio...
Manifestando-se em prol do consumo fútil, mas isso é apenas a doutrina aceite e legal!
Mais uma vez e na sequência de episódios tão fantásticos, como o "menino que foi condenado por partilhar 3 músicas fatelas" ou "as empregadas de limpeza que não podiam pintar o cartaz de rosa no Chiado"...
Esta legalidade fantocheira, em que a lei é apenas aplicável ao capital e nunca feita para proteger o cidadão... Não faz sentido e ridiculariza-se a si própria!
Que grandes transtornos de segurança podemos esperar do Movimento Sem Emprego!
Não me parece ser gente capaz de lançar uma OPA à EDP.
E daí, talvez seja esse o problema...
Ide, ide ler no expresso...
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