Cortes fáceis de fazer... Freguesias

Podemos ver o fim do sistema, quando este se começa a canibalizar para sobreviver...
O governo propõe fundir e extinguir freguesias que não cumpram requisitos, como se uma freguesia do concelho de Lisboa tivesse a mesma importância (e orçamento!) que uma de Freixo de Espada à Cinta...
As freguesias do interior são uma ajuda às populações, numa perspectiva de política de proximidade, sabem as carências, deficiências e necessidades de uma região...
As freguesias, muitas vezes acossadas pelas Câmaras na atribuição de verbas (especialmente quando não alinhadas politicamente), tornam estes órgãos os parentes pobres da democracia... O elo mais fraco!

Assim considero que uma freguesia do interior, apesar de abranger uma densidade populacional mais baixa, dado a extensão de território que cobrem, será mais imprescindível, do que uma freguesia no centro de Lisboa ou Porto, cujos serviços poderão ser facilmente transferidos sem grande inconveniente!

Mas quem verdadeiramente vai fazendo gestão danosa e caciquismo, não são as freguesias, mas sim as câmaras municipais, com orçamentos avultados, décadas de compadrio e manipulação do sistema e do ordenamento do território a seu bel prazer...

Criação de empresas fictícias, endividamentos absurdos para construção de muitíssimos elefantes brancos que vemos por aí!

Nas câmaras municipais ninguém toca, a grande maioria sob o controlo do PSD ao longo dos anos, pelo menos 30, vide Fernando Ruas à cabeça da ANMP e do município de Viseu, como tantos outros pelo País fora, que se habituaram à mangedoura pública como se do seu feudo pessoal se tratasse!

Tal como na Madeira, o PSD, não tem coragem de implementar as reformas que seriam lógicas, como o controlo das dívidas dos municípios.
Aposto que a câmara de Lisboa, terá um buraco financeiro maior do que o anunciado na Madeira, mas ninguém se importa, mostrando claramente que o partidarismo fez refém todo o sistema político e assume todos os Portugueses como mero dano colateral...

Neste e noutros governos ao longo dos últimos 35 anos, faltou sempre coragem política de enfrentar os interesses instalados, obrigando os executivos a taxar as pessoas "fora do aparelho" ao longo de anos a fio, retirando-lhes poder de compra...

Pois bem, espremidos até ao tutano, ninguém pagará mais um tostão que seja... Canibalizem-se até ao colapso!

Ide, ide aglutinar câmaras ou reduzir o número de deputados, assessores e "especialistas" com cartão de militante...

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